26/09/2019 15:45
Com o objetivo de conscientizar e desenvolver a reflexão sobre a importância da inclusão e dos direitos das pessoas com deficiência auditiva na sociedade foi instituído em 26 de setembro o dia Nacional dos Surdos. A data é uma homenagem à criação da primeira Escola de Surdos do Brasil, em 1857, na cidade do Rio de Janeiro, que atualmente é conhecida como Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES).
Entretanto, a data somente foi oficializada pelo decreto de lei nº 11. 796 em 29 de outubro de 2008. Com a regulamentação da data, alguns direitos foram conquistados, como a oficialização da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), que é considerada a segunda língua oficial do país, a obrigatoriedade do ensino de Libras na formação de professores, assim como do ensino bilíngue para crianças surdas, a presença de um intérprete de Libras em órgãos públicos e a garantia do direito à educação das pessoas surdas ou com deficiência auditiva.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrou, em 2010, aproximadamente 9,7 milhões de brasileiros com deficiência auditiva (DA), o que representa 5,1% da população brasileira. O Sudeste é a região com mais presença de pessoas com deficiência auditiva, seguida do Nordeste, Sul, Norte e Centro-oeste. Num contexto mais local, o município de Teresina tem 42.005 pessoas com deficiência auditiva, segundo o (IBGE), no período de 2010.
Diante desse cenário, temos o intérprete de Libras, que exerce a função de mediar o canal comunicativo entre a pessoa com deficiência auditiva e o meio em que ele convive. O intérprete de Libras, necessariamente, precisa ser um profissional capacitado para assumir a responsabilidade social de possibilitar ao surdo comunicar-se e ser compreendido em diferentes contextos sociocomunicativos. É de suma importância que todos os ambientes possibilitem a inclusão do surdo, e sendo assim, o papel do intérprete nesse contexto é assumir um caráter de facilitador a partir do momento em que contribui para a inclusão.
As professoras do Instituto Dom Barreto, Júlia Muniz e Missione Aurélia, relataram sobre uma vivência em que uma pessoa com deficiência auditiva (DA). “Recentemente, presenciamos uma situação em que um surdo precisava realizar uma compra em uma loja. Ao chegar ao caixa, a atendente pediu que ele retornasse ao final da fila, desrespeitando seu direito ao atendimento prioritário. No entanto, ao percebermos a situação, deslocamos o surdo ao outro caixa e interpretamos sua fala ao exigir seu direito de prioridade. Por fim, o surdo demonstrou gratidão pelo desfecho favorável ao exigir seus direitos na sociedade”. Ainda segundo as professoras: “Teresina precisa proporcionar uma maior inclusão da comunidade surda relacionada ao lazer, por exemplo, intérpretes em peças teatrais, cinema com acessibilidade, intérpretes em atividades culturais/oficiais e em lugares públicos voltados para o turismo da comunidade surda”.
Atualmente, são várias as formas de qualificação profissional na área de Libras no Piauí. Há a graduação em Libras na UFPI e na faculdade UNIASSELVI, bem como cursos de formação no SENAC, CAS, ASTE, LIBRAS CENTER, CCL, dentre outros. O Dia Nacional do Surdo é importante para uma reflexão sobre o respeito aos direitos das pessoas surdas, especialmente, sobre sua inclusão no âmbito social.