16/09/2019 08:51
Há 34 anos, a Semana Cultural abrilhanta o calendário de atividades e eventos do Instituto Dom Barreto. Entre produções apresentadas na própria Escola e outras no Teatro 4 de Setembro, a XXXIV edição do evento será realizada de 16 a 20 de outubro. Para tudo sair como planejado, os dombarretanos já estão participando do processo de preparação para as performances nos dias de espetáculos. Do IDB, participarão os alunos das turmas do 8º e 9º Anos do Ensino Fundamental e da 1ª e 2ª Séries do Ensino Médio. Da Escola Madre Maria Villac, as turmas do 5º, 6º, 8º e 9º Anos do Ensino Fundamental e 1ª e 2ª Séries do Ensino Médio estarão inseridas no mundo cultural e magnífico que o teatro proporciona.
Todos os alunos participantes estão imersos na preparação da Semana Cultural, despertando a expressividade corporal e vocal através da oficina de teatro ministrada pelo antigo aluno, ator, diretor e performer, José Reis. A oficina é um lugar de experimentação individual e coletiva para a escuta sensível, para a confiança em si e nos outros, para a inventividade e a imaginação através da apropriação e recriação dos vários modos de discurso cênico.
“As aulas de corpo e voz proporcionam o reconhecimento desse novo ‘ser’ e, a partir desse novo olhar, o aluno ‘veste melhor o próprio corpo’ se apodera de suas singularidades e inicia um processo de autoaceitação e valorização pessoal”, reforçou José Reis sobre o objetivo da capacitação.
A oficina tem despertado diversos sentimentos nos estudantes, pois eles se envolvem diretamente nos processos colaborativos no momento da construção dos textos teatrais e das cenas, além de trabalhar a capacidade de ouvir e acolher ideias distintas. O aluno João Vitor Andrade Nogueira Dantas, do 9º Ano do Ensino Fundamental, por exemplo, comentou que no início teve receio em participar do curso, mas que se apaixonou no decorrer do projeto e reafirmou sua paixão pelo meio artístico. “De início admito que fiquei receoso de participar. Tinha medo de não me encaixar e principalmente de não fazer algo que fosse “aceitável”. Mas, depois que comecei a frequentar, me encantei por de uma forma que nem sou capaz de descrever, principalmente por estar fazendo algo do que gosto: tocar piano. Desde pequeno, sempre fui apaixonado pelo instrumento e com o tempo essa paixão só cresceu, e ver que agora essa minha paixão se encaixou tão bem nesse projeto, me deixa imensamente satisfeito. O processo de produção acabou sendo simples e acho que assim ficou até melhor, para passar uma certa leveza à obra, dando a ela uma certa pureza e descontração que se encaixaram em uma perfeita sincronia”, comentou o estudante.
Já Nicolas Leal Bezerra, aluno do 8º Ano do Ensino Fundamental, resumiu a Semana Cultural em uma única palavra: “Sensacional! A semana cultural é um universo muito bom e muito importante. Não só pela carreira profissional, mas para você mesmo. Esse é o meu segundo ano participando. Gostei da experiência, gostei das pessoas que me ensinaram.”
Para a aluna Luisa Cavalcante, do 8° Ano, que sempre gostou de peça, de atuação, de dança e de tudo que tem ligação com arte, se disse encantada com a forma como o diretor José Reis tem trabalhado com eles durante o curso. “O professor busca relaxar e analisar os alunos, em vários aspectos diferentes. É o que está me deixando mais empolgada para a Semana Cultural. Acho que ninguém que chegou estressado ou com alguma angústia para a aula, saiu do mesmo jeito que entrou. Tem de tudo! A gente ri, imita voz de choro, canta, interage, só não fica parado. E estou muito ansiosa para as performances e tudo que acontecerá no evento deste ano”.
Ler o depoimento de Luisa só nos deixa ansiosos pelos dias de pura arte que estão por vir. Mas ela não é a última! José Lopes, da 2ª Série do Ensino Médio, falou emocionado sobre sua participação na Semana: “Hoje, eu consigo enxergar o quão engrandecedor é o trabalho que eu faço na Semana Cultural, atuando e trabalhando com as artes cênicas. E neste ano, a Escola trouxe profissionais bem formados, que nos ensinam, com muita delicadeza, sobre o verdadeiro sentir. A preparação está sendo excelente. Nós criamos vínculos com outras pessoas e temos liberdade de decidir o que vamos encenar”.
Sobre o diretor da capacitação
José Reis dedica-se à criação e à investigação em dança contemporânea, teatro e performance. É graduado em Artes Cênicas pela UnB e pós-graduando pela USP. Estudou dança contemporânea no Corpo Escola de Dança, em Belo Horizonte/MG. Na Argentina, participou do projeto Campos Resonantes, fez parte da formação FACE – Formación de Artistas Contemporáneos para La Escena. No Chile, foi selecionado para a residência-obra Aprender un Cuerpo, sob a direção de Silvio Lang. Trabalhou com o coreógrafo Marcelo Evelin nas obras Arrow in the Heart, Batucada e nas residências Open Space e Borrão. Integrou o Grupo Experimental de Dança do Corpo Cidadão (Grupo Corpo), sob a direção de Danielle Pavam.Suas peças já foram apresentadas em vários estados do Brasil, na América Latina e na Europa. Entre elas, destacam-se FRANGO, O CORPO PODERIA SE CHAMAR AQUI e Fracasso Coreográfico e Trago olhos cansados e ossos cheios de esperança. Estudou com Jean Jacques Lêmetre (Thêatredu Soleil/França), Dudude Herrmann, Denise Stutz, Marcelo Evelin, Giselle Rodrigues, Marcia Duarte, Cacá Carvalho (Brasil); Pablo Rotemberg, Inés Armas, Victoria Viberti, Silvio Lang, Vivi Iasparra e Lucas Condro (Argentina). Idealizou as oficinas Corpo Desobediente (Brasília/2018), Esponja Criativa (Teresina/2018), Intérprete Mínimo (Teresina/2016), Mergulho Cênico (Teresina/2015), O Ator Sensível (Recife/2014), O intérprete em processo (Teresina/2013), Teatro e Sensibilidade (Teresina/2013).